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LIOUDMILA MATLAKHOVA, A ESPECIALISTA EM MATERIAIS QUE ATRAVESSOU O MUNDO

Nascida no frio da Rússia, Lioudmila Aleksandrovna Matlakhova foi apresentada às altas temperaturas de Campos dos Goytacazes em 1994. Veio acompanhando o marido, Anatoliy Matlhakhov, que fora convidado – junto com outros quatro especialistas do país europeu – a desenvolver uma nova tecnologia de produção de diamantes sintéticos na recém-inaugurada Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

Graduada em Estudos Físico Químicos de Processos Metalúrgicos pelo Instituto de Moscou de Aços e Ligas, logo ela começou a participar como voluntária em atividades no Laboratório de Materiais Avançados (LAMAV) da UENF. Em 1999, tornou-se professora concursada da universidade. Desde então, desenvolve uma série de pesquisas relacionadas a análise de estrutura e propriedades de materiais metálicos. Ainda sente saudades da neve que ficou a mais de 11 mil quilômetros de distância; mas tornou-se praticamente uma campista.

– A adaptação foi tranquila. Estávamos com força e muito interesse de conhecer um país tão lindo e tão distante do nosso – recorda a professora, admitindo que a maior barreira no início foi o idioma. Com o apoio dos professores Ângelo Sergrillo e Sérgio Arruda de Moura e do funcionário da UENF Ricardo Pullman, aos poucos a língua portuguesa foi deixando de ser um problema e as dificuldades ficaram para trás. “A todos os professores e amigos que nos apoiaram no nosso caminho aqui no Brasil, nossa eterna gratidão”.

Em seu trabalho de doutorado, defendido ainda na capital russa, Lioudmila estudou ligas à base de Nitinol, que sofre transformações martensíticas e revela efeitos não elásticos, incluindo o efeito de memória de forma. No LAMAV, junto com o professor Anatoliy, ela deu sequência à linha de pesquisa com materiais EMF, conseguindo ampliar a lista das ligas com esse comportamento. Atualmente, dedica-se principalmente a orientar os alunos a trabalhar com materiais produzidos nas indústrias nacionais, como ferro fundido nodular e vários tipos de aço com estruturas estáveis e metaestáveis.

Num setor historicamente dominado pelos homens, a força feminina ganha espaço. E as notícias são animadoras. “O trabalho pesado nas indústrias continua, mas aumenta a importância do controle da tecnologia e produção. Nessa situação, mulheres podem competir com homens, e essa tendência é uma realidade. Como exemplo, várias nossas ex-alunas do LAMAV se destacam trabalhando nas siderúrgicas do Brasil. Algumas nossas engenheiras trabalham como pesquisadoras nos centros de pesquisa para várias indústrias. Outras trabalham como professoras, criando novos especialistas e engenheiros”, diz Lioudmila, que também estudou piano e canto lírico em Moscou.

 

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