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CARLOS VEIGA: PRECISAMOS RETOMAR O PROJETO ORIGINAL DE DARCY RIBEIRO

O professor Carlos Eduardo Veiga de Carvalho chegou à UENF antes mesmo que a universidade existisse. Doutorando do Departamento de Geoquímica na Universidade Federal Fluminense (UFF), ele foi convidado pelos professores Wanderley de Souza e Carlos Eduardo de Rezende para montar em Campos o Laboratório de Ciências Ambientais.

– Por lei, a UENF tinha data para ser criada, ou simplesmente não existiria. Então a gente teve que acelerar – recorda o professor, que atualmente também é membro da diretoria da Associação dos Docentes da UENF (ADUENF).

As primeiras atividades aconteciam na sede da Fundenor, no bairro da Pecuária. Naquele ano de 1992, o espaço atualmente ocupado pelo Campus Leonel Brizola ainda não passava de um brejo, onde caminhões entravam e saíam 24 horas por dia, preparando o aterro para a construção dos primeiros prédios. Ali, no sol e na poeira, Carlos conheceu Darcy Ribeiro, que gostava de acompanhar as obras daquela que ele classificava como a Universidade do Terceiro Milênio. “Sempre muito falante, muito simpático. Conhecê-lo foi uma ótima experiência”, recorda.

A relação de amor com a universidade estava estabelecida. E também com a cidade. A tese de doutorado que ele desenvolvia na UFF, sobre manguezais, mudou de tema, dando lugar a estudos sobre o Rio Paraíba do Sul.

Parece que foi ontem. Mas lá se vão quase três décadas de trabalho e muitas experiências. “O melhor momento foi o da criação da UENF. Era muita gente com disposição, trabalhando dia a noite para fazer acontecer a universidade”. Também houve momentos difíceis, como o período em que os professores entraram em greve por seus direitos e chegaram a ficar quatro meses sem receber os salários. “Foi um momento muito difícil para os docentes, que dependem dos salários para sobreviver. Muitos, inclusive, foram ajudados pelo fundo de reserva do ANDES-SN”.

Mas não há espaço para lamentações. Seja dando aula ou lutando pelos direitos dos docentes, Carlos Veiga prefere olhar para a frente. Andando pelo campus, ele enxerga um grande futuro para a universidade. “Precisamos retornar ao projeto original de Darcy Ribeiro, que se desvirtuou e ficou estagnado nos últimos anos. É muito importante para a UENF se manter como uma universidade diferenciada, voltada para pesquisa, ensino e extensão”, opina.

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