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UENF, A UNIVERSIDADE QUE NASCEU DA DEMOCRACIA

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), que completa 29 anos neste 16 de agosto de 2022, tem as marcas da democracia e da excelência em seu DNA.

Sua criação era um antigo projeto da população de Campos, que se mobilizou para incluí-la na Constituição Estadual de 1989. O movimento envolveu estudantes, sociedade civil e lideranças políticas.

Em 1989, uma comissão levou à Assembleia Legislativa um abaixo-assinado com 4.141 assinaturas pedindo que a universidade fosse incluída na nova Constituição Estadual. O movimento surtiu efeito. Mas havia um desafio a mais: a universidade teria de ser implantada até 1990, ou simplesmente não existiria.

Mais uma vez a mobilização popular foi grande. Até que, em 8 de novembro de 1990, o então governador Moreira Franco sancionou a Lei 1.740, autorizando o Poder Executivo a criar a UENF.

 

Brizola e Darcy

Com a posse de Leonel Brizola no governo do estado em 1991, o projeto ganhou novos rumos. O novo governador delegou ao antropólogo Darcy Ribeiro a tarefa de conceber o modelo da nova universidade. Cercado de pensadores e pesquisadores renomados, Darcy concebeu a UENF como a “Universidade do Terceiro Milênio”, sendo a primeira instituição de ensino superior brasileiro onde todos os professores teriam doutorado. Foi dada ênfase à pesquisa e pós-graduação, com o objetivo de formar cientistas.

Darcy Ribeiro também previu a presença da universidade em Macaé, onde viriam a ser implantados os Laboratórios de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep) e de Meteorologia (Lamet).

Em 23 de dezembro de 1991, foi instituída a Comissão Acadêmica de Implantação, dando início efetivo à implantação. Em 10 de dezembro de 1992, foi aprovada a Lei 12.043/92, do então deputado estadual Fernando Leite Fernandes, criando a Fundação Estadual Norte Fluminense (Fenorte), com a missão de manter e desenvolver a UENF e implantar o Parque de Alta Tecnologia do Norte Fluminense.

 

Obras e inauguração

Com o sinal verde, as obras começaram em ritmo acelerado. A Prefeitura de Campos desapropriou uma área de 500 mil m2 para a implantação do campus da Avenida Alberto Lamego – que, na época, não passava de uma rua com mão dupla. Nos meses que se seguiram, cerca de 1.200 trabalhadores se revezaram em dois turnos de trabalho, com o apoio de 200 caminhões. Foram investidos US$ 15 milhões na implantação dos três primeiros prédios e seus anexos.

Em 22 de julho de 1993, os jornais de Campos publicavam a lista dos 546 aprovados no primeiro vestibular da universidade, que contava com o Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) e Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA). O Centro de Ciências do Homem (CCH) viria a ser implantado depois.

A inauguração se deu no dia 16 de agosto de 1993, com a aula inaugural. Na cerimônia, que contou com a presença de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro discursou, dando o tom daquela que seria considerada sua melhor realização: “A UENF nasceu com a preocupação de colocar o saber a serviço do povo, do desenvolvimento da região. A UENF tem como missão dominar o saber novo, que é gestado todos os dias, e aplicá-lo à realidade”.

 

 

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