Previous slide
Next slide

DARCY RIBEIRO, 100 ANOS DE NASCIMENTO: SEUS IDEAIS CONTINUAM PRESENTES

No dia 26 de outubro de 1922, em Montes Claros (MG), dona Josefina Augusta da Silveira dava à luz o pequeno Darcy. E o Brasil ganhava um dos personagens mais fascinantes de sua história. Nascia um revolucionário, que levaria o país a repensar a educação e a sonhar grande.

Certa vez Darcy Ribeiro se definiu como uma cobra. “Não por ser serpentário ou venenoso, mas tão só porque eu e elas mudamos de pele de vez em quando”.

E foram muitas peles! Antropólogo por formação, em 1947 Darcy iniciou o trabalho de etnólogo no antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Em 1950, escreveu “Religião e Mitologia Cadiueu”, baseado nas pesquisas de campo com grupos indígenas na fronteira do Brasil com o Paraguai. Em 1953, criou o Museu do Índio. Também colaborou com a UNESCO num estudo de impacto da civilização sobre os grupos indígenas brasileiros no século XX.

Em 1955, o antropólogo mineiro chegou à educação, a convite do presidente Juscelino Jubitschek. Com Anísio Teixeira, implantou o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) e a Universidade de Brasília (UnB). Foi ministro da Educação e Cultura, em 1962, e chefe da Casa Civil da Presidência da República, em 1963. O Golpe de 1964 o destituiu da luta pelas reformas de base e o levou ao exílio. Mas não era o fim, e sim mais uma troca de pele.

Três décadas depois, já de volta ao Brasil, Darcy foi o braço direito do então governador Leonel Brizola na criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) – um passo importante em favor da escola pública em tempo integral, reconhecido até hoje como uma ação revolucionária.

Mas mudar era preciso. Em 1991, Darcy recebeu de Brizola uma de suas maiores missões: implantar a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). A “Universidade do Terceiro Milênio”, como ele mesmo definiu, trouxe as marcas da inovação, com ênfase na pesquisa e na pós-graduação. Foi a primeira universidade brasileira onde todos os professores têm doutorado. E logo nos primeiros anos de funcionamento já recebeu importantes reconhecimentos nacionais e internacionais.

Neste 26 de outubro, data que marca o centenário do nascimento de Darcy Ribeiro, mais do que nunca é hora de lembrar o seu legado. A educação e a pesquisa vivem momentos críticos no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Os governos Bolsonaro e Cláudio Castro se mobilizam de forma covarde para cortar direitos trabalhistas. O orçamento de ciência e tecnologia vem diminuindo, chegando ao nível mais baixo dos últimos anos.

Na UENF, as lutas não são menores. A tão sonhada isonomia com as universidades estaduais ainda não se tornou realidade. Direitos adquiridos ainda são sistematicamente descumpridos. Falta negociação, falta diálogo, sobra desrespeito à organização sindical.

Resignar-se ou indignar-se?

Diante do dilema proposto por Darcy Ribeiro, a ADUENF optou pelo segundo caminho. Com este pensamento, a Associação dos Docentes da UENF segue firme e forte na defesa da educação, da ciência e da tecnologia. Em favos dos professores e professoras. Na luta por um Brasil mais justo e sem fome, onde as liberdades sejam respeitadas e a UENF tenha o respeito que ela merece.

Seus ideais viverão para sempre.

Darcy Presente!

Gostou do conteúdo? Compartilhe!

Posts Recentes