Foto: Elineudo Meira / Mídia Ninja
Segundo pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), 19 milhões de brasileiros vivem o drama da fome durante a pandemia.
A pesquisa foi realizada em 2.180 domicílios nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais, entre 5 e 24 de dezembro de 2020. Os resultados mostram que nos três meses anteriores à coleta de dados, apenas 44,8% dos lares tinham seus moradores e suas moradoras em situação de segurança alimentar. Isso significa que 55,2% dos brasileiros não possuem alimentos nutricionalmente razoáveis disponíveis diariamente.
E apesar do já conhecido impacto da pandemia no aumento do desemprego e no rebaixamento geral das condições de vida dos trabalhadores, o processo de agravo no empobrecimento e miséria dos brasileiros tem se intensificado durante todo o governo Bolsonaro. Após 2018 a desastrosa política econômica do Governo fez aumentar em 27,6% (pesquisa VigiSAN) o número de lares em situação de fome.
Alertamos para o impacto da redução do auxílio emergencial no momento agudo da crise. A medida não só reduz o valor do auxílio para R$250 – podendo chegar em alguns casos até R$150 – como também impede que novas pessoas sejam cadastradas para solicitar o benefício, sem levar em conta os milhões de brasileiros que perderam seus empregos no início deste ano. Além de reduzir a um valor que nas condições atuais do país não garante nem a comida nas mesas das famílias brasileiras, o governo deixa de fora milhões de pessoas que não terão direito de receber qualquer apoio.
Enquanto enfrentamos o extremo da barbárie social neste ambiente de mortes, pessoas desabrigadas e sem ter como se alimentar, o governo debate a liberação de vacinas para entidades privadas da saúde. Essa é resposta concreta para aqueles que ainda duvidam do caráter genocida deste governo.
Acesse os dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil no site: http://olheparaafome.com.br